terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Detonando os Dinossauros Corporativos

Mitos são feitos para serem quebrados, e como gosto de uma polêmica, vou tratar nesse artigo sobre o mito do Empreendedor Coorporativo, aquele cara que tem na veia a atitude, o comportamento empreendedor, uma força transformadora e que trabalha isso nas empresas.
O primeiro mito que quero detonar é que o empreendedor é somente aquela pessoa que monta uma empresa. Que fique claro: empreender é comportamento e não ação. Pronto! Dito isso sigo com o artigo.
Há quanto tempo fala-se em economia da informação e que o poder está nas mãos de quem detém a informação. Isso acabou virando uma coisa tão banal que ninguém mais fala do assunto; a moda agora é a inovação. Todo mundo quer inovar, as empresas se apresentam como inovadoras, blá, blá, blá, mas ninguém define muito bem o que é essa inovação. Fato é que independente de qualquer questão, a inovação sempre acontece através das pessoas, e as empresas estão cheias de pessoas (mortas ou não, falamos disso em um artigo anterior). Então se conclui-se que: basta estimular as pessoas da sua empresa, sua equipe e, com certeza, obter os melhores resultados.
Outro mito que quero detonar é que ou você nasce empreendedor ou não. Mentira! Um estudo feito pelas Organizações das Nações Unidas – ONU identificou dez características que definem o comportamento empreendedor; é claro que ainda ninguém foi encontrado com todas as características, mas elas representam um mapa de comportamento que define se a pessoa é ou não empreendedora.
As características são 1º. Busca de Oportunidade e Iniciativa, 2º. Persistência, 3º. Correr Riscos Calculados, 4º. Exigência de Qualidade e Eficiência, 5º. Comprometimento, 6º. Busca de Informações, 7º. Estabelecimento de Metas, 8º. Planejamento e monitoramento Sistemáticos, 9º. Persuasão e Rede de Contatos, 10º. Independência e Autoconfiança.
A mais importante, em minha opinião, é a de número 9, porque independente do que você faça cada vez mais a sua rede de contatos é quem fará acontecer.
Essas características que definem o comportamento empreendedor servem como uma forma de ajudar a identificar na sua equipe os empreendedores corporativos; sim, eles estão aí, dentro da empresa em que você trabalha, cheios de idéias e procurando um espaço, uma oportunidade para aparecerem, inclusive estão atentos aos problemas que existem na empresa, porque sabem que excelentes oportunidades surgem quando se tem problemas/necessidades bem definidas.
Mas infelizmente a nossa realidade de Brasil o povinho vive sob a síndrome do “inho”, isto é, “quero meu salariozinho, para pagar as minhas continhas e tomar meu chopinho com meus amiguinhos” e viver a vidinha medíocre!!! O pior é que essa turma da síndrome do inho estão entre nós, nos contaminando, parecem gremlins que se propagam e se vendem como essenciais para as empresas pilham os negócios, sugam energia e em troca não dão nada, mas fazem a política “correta” e por isso são “valorizados”.
E para você empresário, empreendedor, líder, gerente, supervisor, chefe, há luz no fim do túnel e a solução é mais fácil do que se imagina.  Pode parecer de início uma receita de bolo, mas aviso, não é fácil!
Primeiro faça o seguinte: identifique na sua equipe os três níveis de funcionários: os altamente motivados, os comuns e os pessimistas; feito isso, vem o primeiro desafio: demita os pessimistas, para ser mais light “promova ao mercado” os pessimistas - esses caras detonam seu negócio, sua área, sua equipe, não agregam valor nenhum além de minarem a sua capacidade de liderança.
Feito isso concentre- se nos funcionários comuns, aqueles que muitas vezes não aparecem muito, mas você pode sempre contar com eles. Entre os funcionários comuns podem estar alguns pessimistas; concentre-se nesses que ainda podem ser salvos, estimule essa galera, entenda o que os motiva, procure o que eles querem. Concluída esta análise, virão à tona os poucos pessimistas que sobraram: pois é, hora de apagar o rastro: “promova-os também ao mercado”.
Agora, vem a galera que merece atenção, os altamente motivados. Com esses o foco é cuidar para que a motivação deles não caia: pode ser que você encontre alguns empreendedores corporativos nesse grupo.
Mas então como fomentar e desenvolver o empreendedor corporativo? Um estudo do MIT definiu quarto modelos de empreendedorismo corporativo:
· Modelo oportunista: acontece na base dos esforços e do acaso de gente que trabalha duramente contra as desvantagens, que luta contra as barreiras, por vezes contra a resistência da própria empresa onde trabalha, para criar novos negócios.

· Modelo facilitador: nesse modelo os empregados de todos os níveis da organização serão capazes de desenvolver novos conceitos se lhes for dado suporte adequado.

· Modelo evangelizador: a empresa decide ter uma estrutura responsável pela criação de novos negócios, com orçamentos modestos. Neste caso, a estrutura atua mais como evangelizadora de peritos em inovação, facilitando o intra-empreendedorismo em conjugação com as unidades de negócio.

· Modelo executivo: um pequeno grupo de empresas no mundo persegue o intra-empreendedorismo através da criação formal de organizações internas com fundos muito significativos para o efeito ou com influência muito ativa sobre o financiamento das unidades de negócio.
Quer por forças maiores e desconhecidas, quer por direcionamento, o empreendedor corporativo aparece e se você tem problemas em “reter” talentos, se na sua empresa só tem “tá lentos”, repense o seu modelo de negócios, entenda de uma vez por todas que as pessoas são reconhecidas pela sua raridade e não pela sua importância.
Sucesso
Guto Uchoa e Leo Filardi

Um comentário:

  1. Os gestores precisam acreditar no potencial de seus colaboradores e acabar com o medo de que os empreendedores corporativos ganhem o seu lugar. Eu acho que isso acontece pq o gestor não é empreendedor. E acredito muito na síndrome do "inho" é faz parte da nossa cultura ser acomodado, se contentar com o "inho". TÔ Fora!!!!

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