quarta-feira, 10 de março de 2010

O Mundo é Feito de Gênios e Idiotas

Se quisermos saber quantos são, é impossível. Não dá pra contar. Mas se fosse possível teríamos um gráfico do tipo curva de Gauss, que mostra que no mundo existem poucos gênios, e poucos idiotas. A maioria das pessoas – bilhões e bilhões – está no meio, entre gênios e idiotas. E quem estuda esse fenômeno diz que é esse povo que mantém o equilíbrio da humanidade. São eles que não deixam os gênios acabar com a humanidade em um mês e os idiotas acabar com a humanidade em dois dias. Eles mantém o mundo em equilíbrio. São as pessoas que usam o bom senso. Que atuam conforme as regras. Que buscam o consenso. São as pessoas medíocres! Porque medíocre é tudo aquilo que está no meio. Não é bom nem ruim, só é mediano. Há uma definição para o homem medíocre: “O homem medíocre é, por essência, imitativo e está perfeitamente adaptado para viver em rebanho, refletindo as rotinas, preconceitos e dogmatismos reconhecidamente úteis para a domesticidade”, quem escreveu isso foi o italiano José Ingenieros em seu livro O Homem Medíocre.

Sendo pragmático, o homem medíocre é, por essência, imitativo (faz o que todo mundo faz) e está perfeitamente adaptado para viver em rebanho (onde vão os outros eu vou atrás), refletindo as rotinas, preconceitos e dogmatismos reconhecidamente úteis para a domesticidade (são muito úteis pois podem ser domesticados para comer o que a gente quiser. Vestir o que a gente quiser. Ler o que a gente quiser. Ouvir o que a gente quiser. Eleger quem a gente quiser...). E no entanto dependemos deles para que a humanidade continue em equilíbrio, que contra-senso. Vamos fazer uma reflexão, identifique no seu grupo de amigos, colegas de trabalho, amigos da pelada, amigas do clube, da praia, todas as pessoas que de alguma forma pertencem ao seu dia-a-dia, o porteiro do seu prédio, o carteiro, o taxista, seu vizinho, se fosse possível agrupar os quase 200 milhões de brasileiros, aonde quantos % você classificaria como gênios, ou como idiotas, provavelmente pouco, é então que começamos a ter uma idéia do tamanho de nosso problema. Afinal, num país onde os indicadores mostram que 75% dos habitantes são analfabetos funcionais, onde mais de 77 milhões de pessoas são não leitores, era de se esperar o quê? De forma bem simples faça uma reflexão, Qual é o tamanho desse problema? O que você pode fazer para mudar esse quadro?


Aí surge outro problema (nossa esse artigo está ficando chato, mas vai melhorar, não pára não) quem é que tem tempo hoje em dia para refletir sobre essas questões? Estamos ocupados demais trabalhando, repetindo mecanicamente os scripts. Não dá tempo de refletir… Das reflexões dependem nossas análises. A partir das análises e comparações, faremos nossos julgamentos. E do julgamento sairão nossas decisões. Nossas escolhas. Um repertório fraco acompanhado de pouca ou nenhuma reflexão nos leva a análises incompletas e superficiais, a julgamentos falhos e escolhas erradas. E se você reparou, isto é um ciclo. Uma espiral decrescente, que apenas vai piorar a situação… o resultado?


Mais e mais pessoas tem acesso à informação mas isso não é garantia de nada quando não se tem repertório para dar um sentido à realidade, quando não há opinião para ser formada, olha os analfabetos funcionais aí... Como conseqüência disso há um mal que acomete gente inteligente. Afinal, como é que se explica quando pessoas inteligentes reúnem-se para tomar decisões estúpidas? Isso é familiar a vocês? Já viram acontecer? Vêem todo dia? Vou dizer uma coisa a vocês: a maioria dos idiotas que eu conheço tem diplomas universitários, são doutores e MBAs! Que reúnem-se para fazer cagadas. Afinal, alguém já disse que… nenhum de nós é tão burro quanto a soma de todos nós. A questão é: como estamos enriquecendo nosso repertório? Com educação formal e informal, com experiências, a partir de exemplos, buscando informações. E é quando surge um elemento crucial: a mídia. 


Os processos pelos quais a informação nos chegam. Jornais, revistas, cinema, internet, televisão, propaganda… Não vou ficar aqui emitindo opiniões pessoais sobre determinados programas ou canais, você já sabe, o que proponho é uma reflexão sobre o nosso poder em filtrar o que recebemos, como o lixo eletrônico do nosso e-mail, definir o que eu recebo e o que não, em um livro que li chamado “A Economia da Atenção” do Thomas H. Davenport ele identifica uma doença da era da informação, a SDA (Síndrome da Deficiência da Atenção), que faz com que as pessoas fiquem doentes por não conseguirem absorver toda a informação disponível, é fato isso e às vezes sinto isso, fico me cobrando por não ter lido o livro tal, a revista, o artigo, enfim, ninguém faz isso, mas o resultado é uma cobrança, às vezes sem sentido.


A proposta, para você empresário, líder de uma equipe, seja um desenvolvedor de pessoas, encontre as habilidades, o que motiva sua equipe e trabalhe isso, e quem sabe você consegue salvar os medíocres e mantê-los em um nível de excelência que promova os resultados esperados.

Um comentário:

  1. Concordo contigo Professor. Li recentemente em um livro chamado "O prazer de ficar em casa' (muito bom por sinal) a seguinte frase:´'há excesso lá fora e limitação dentro de nós'. É isso mesmo. Muita informação que não temos capacidade de absorver; muitas vezes nem precisamos, o que importa é questionar. Hoje reconheço estou buscando ser seletiva. Isso não é fácil, mas o resultado está sendo muito bom. Ganho em qualidade.

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