segunda-feira, 29 de março de 2010

Trivial Básico

Pessoal, divulgando um artigo do grande amigo e sócio Augusto Uchoa que escreve o que ele pensa no blog http://marketingcomfritas.blogspot.com/

Este artigo é parte de uma vida mais básica que adotei há alguns anos. Não é regra, foi algo inventado que vem dando certo comigo e talvez possa dar certo com você, simples assim. Falar sobre ser básico é complicado, apesar de parecer que não, e muito pessoal. Começou da seguinte forma: trabalhava no Ibmec como coordenador executivo, era subordinado de um gerente que depois virou meu amigo, o Jorge Cataldo. Eu sempre levava mochila, grande e pesada, e ele chegava na empresa com uma carteira no bolso e um Black Berry na mão. Dizia que não precisava de mais nada, que tudo que precisava estava na empresa, no Smartfone e na cabeça (perfeito!). Depois de algumas semanas aderi ao Black Berry, mas a mochila continuava como uma extensão do meu corpo parecia uma tartaruga carregando um casco com coisas que nem utilizava. Na bolsa tinham papéis, artigos e livros que iria ler, tinha remédio que poderia precisar, tinha carregador de celular... Tudo inútil, tudo para me enganar, tudo para transmitir uma falsa segurança para alguém não utilizaria 1/3 do que estava ali. Este exemplo é bobo, mas juro que foi fundamental, após isto comecei a fazer uma revolução no meu modelo de vida, analisei o que é útil mesmo, então mudei profissionalmente e pessoalmente (por conta disto escrevo este post).



A mochila pesada não existia mais, as coisas que “talvez” precisasse estaria na minha gaveta, a carteira ficou magrinha, não tinha os vários cartões inúteis e os documentos usados esporadicamente, em seguida foram as roupas, as antigas foram doadas para orfanatos, em seguida livros, cada um novo comprado eu doava dois, até meu carro eu vendi. Para que ter uma picape morando no Leblon como estado civil solteiro? Coloquei no Excel os custos de IPVA, seguro e gasolina, cheguei a conclusão de que o taxi seria bem mais em pratico e econômico.... Comprei uma scooter, virei “pós-moderno” (risos), hoje consigo me locomover sem perder o charme.


Estes pequenos detalhes, entre outros que não contemplam o titulo (você não precisa acreditar) geraram grandes mudanças na minha vida. A alma ficou mais leve, os ciclos aconteceram normalmente a energia não ficou acumulada, a vida ficou mais trivial e básica, o que tenho de melhor é quem sou, o que penso, o que me motiva e onde quero estar, o restante é secundário, como sempre deveria ter sido.


Não proponho que se transforme em hippie nem que siga o que adotei. Se você tem filhos e precisa de um carro grande, compre-o, se gosta do seu barco, usufrua do seu prazer, suas metas, ambições e sonhos continuarão os mesmos. O que quero propor é que movimente sua energia, se livrando do que te prende, dos pensamentos velhos, das idéias pré-concebidas por não sei quem nem por que. Uma vez por ano não jogamos fora o lixo das nossas gavetas, e os lixos da nossa cabeça, costumamos fazer o mesmo? Que tal olhar para cada item que acumula poeira nos seus neurônios. Um autor americano chamado James Dale, sugere que olhe para cada razão que se mantém no caminho da sua realização e pergunte para si mesmo qual é a utilidade daquele item/razão, se um dia serviu para algo e se vale a pena guardar. Se for inútil use o CTRL + ALT + DEL. Você ficara surpreso das respostas inovadoras que vai encontrar.

Dizem que nossa mente é seletiva, com o tempo temos tendência a esquecer as coisas ruins e lembrar somente das boas, isto é ótimo, nos mostra que naturalmente que somos básicos e leves, então porque não conseguimos manter este status natural? Ser básico nos transforma em admiradores das coisas belas e simples da vida, nos fazer ser menos “o que” e mais “como”, enxergamos de forma diferente o “caminho” tiramos o valor excessivo do “fim”.


No mundo dos negócios não é diferente. O mesmo autor da um exemplo bacana. Durante anos associavam os altos postos as roupas formais usadas, roupa era sinônimo de sucesso, até algum cara inventar a sexta informal, o Casual Day, roupas adequadas e mais relaxadas. Alguns acreditavam que a produtividade diminuiria, pelo contrário, aumentou. Os clientes não ficaram chateados, ofendidos ou algo assim, simplesmente aceitaram a tendência, enfim abandonaram os ternos e as armaduras. Então entenderam que ser simples pode ser financeiramente fundamental, então criaram horários flexíveis, home-office, incentivo aos esportes, horários para as prioridades particulares, trabalhos por metas e Jobs e menos “bunda-hora” de cadeira. Todas as que citei contrariavam as regras antigas. Bastou criar espaço mental e limpar a mente. O que se leva desta vida é a vida que se leva.

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