segunda-feira, 22 de março de 2010

Qual é a relação entre criatividade e a nossa habilidade em fazer perguntas?

Antes de responder (eu vou responder, claro) preciso definir o que significa criatividade, para que a resposta tenha sentido. Para não dizerem que os textos que escrevo são muito irreverentes, diferentes, o qualquer adjetivo que não vem ao caso citar aqui, vou pegar uma definição do Wikipédia, “Existem várias definições diferentes para criatividade. Para Ghiselin (1952), "é o processo de mudança, de desenvolvimento, de evolução na organização da vida subjetiva". Segundo Flieger (1978), "manipulamos símbolos ou objetos externos para produzir um evento incomum para nós ou para nosso meio". Hummm, não ajudou muito, mas vamos lá, eu humildemente defino a criatividade como um processo simples de associação de idéias que vem em conseqüência da observação do meio em que vivemos e conseguimos identificar e pensar em soluções para os problemas do dia-a-dia. Resumindo, criatividade é o ato de pensar diferente, ou o bom e velho Think out of the Box.
Então, voltando à pergunta do título desse artigo, minha resposta? Total, tudo a ver,  o processo criativo é muito simples e fácil, depende diretamente da nossa capacidade de fazer novas associações, não bloquear idéias, não ter preconceitos, tudo está diretamente associado a uma certa ingenuidade em questionar porque não, ao invés de porque. Na escola sempre somos ensinados a ter as respostas, as provas discursivas eram traumáticas, porque havia uma competição velada pela quantidade de linhas que tínhamos que escrever, mas raramente éramos forçados a fazer perguntas, me lembro de um ou outro exercício na aula de inglês que tinha a resposta e pensávamos na pergunta. Porém com o tempo concluímos que são as melhores perguntas que nos dão as melhores respostas, parte-se do princípio de que quem pergunta, conhece melhor. Perguntar é uma arte, um exercício do cotidiano que nos leva a resultados que esperamos, ou não (como diria Caetano). E como tal, acredito que pode ser aprendido, desenvolvido.
Durante algum tempo trabalhei com palestras e treinamentos para o varejo e parte do treinamento era dedicado ao ato de perguntar, ensinar ao vendedor, ao gerente, ao supervisor que ao invés de fazer perguntas fechadas que tivessem como resposta somente sim ou não, eles deveriam fazer perguntas abertas nas quais as respostas são mais completas e provém mais informação.
Sempre falamos tanto de gerenciamento, de negociação e qualidade, precisamos usar essas habilidade a nosso favor. Ou seja, é fazer uma negociação com o nosso autogerente, e com muita disciplina determinarmos um tempo diário para nossa digestão mental. Usar a nosso favor as habilidades que adquirimos, ao longo da nossa experiência de vida. A falta disto, sempre com o tempo, nos levará a uma engessamento mental, que tem como conseqüência direta, a confusão de idéias, a diminuição da criatividade, o estresse negativo, que é o caminho descendente da qualquer carreira.
Sucesso e estresse caminham em direções opostas. Aliás, o estresse negativo está na contramão da vida.
Você já fez terapia ? Você sabe por que as pessoas fazem terapia? Você sabe por que muitas pessoas dizem que não precisam de terapia? Se você nunca fez terapia, ou se já fez, ou se está fazendo, esta reflexão é válida para todos: o terapeuta não lhe dá as respostas que você procura, mas as perguntas que você precisa. O terapeuta não é um conselheiro. O bom terapeuta é um bom perguntador. Perguntas bem orientadas levam você a ter insights , a ter catarses, a vislumbrar a tal luz no fim do túnel. Mas perceba o que escrevi “perguntas bem orientadas”, isso significa que você, gestor de uma equipe, precisa “ensinar” a sua equipe a desenvolver a habilidade de perguntas, exercícios simples no dia-a-dia ajudam, treine perguntas abertas invista um tempo nessa parte que cabe a qualquer gestor que é desenvolver a sua equipe, e isso vale para qualquer área da empresa, ou qualquer segmento de mercado, lembre-se que se você não está conseguindo os melhores resultados da sua equipe, pode ser porque as perguntas que você está fazendo são óbvias demais.
Sucesso

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